DIA 24 - O MISTÉRIO DA CASA VIGIADA OU TERÁ A E.C. TEM ALGO A ESCONDER?


Os cacifos continuam a dar que falar e há pessoas que são invejosas. Já imagino a indisposição que esta afirmação está a causar, mas não sou de meias palavras e há que ser pegar o boi pelos cornos, esperando não bater com eles na parede. Há quem não possa ver um cacifo em condições. Começa logo “ai jesus, que eu também quero”. Aqueles que não disfarçam nada e que fazem grande alarido, são inofensivos: muito grito, muito grito, mas espremida a conversa, pouco sobra. O problema são os outros, que passam despercebidos. Afáveis, gostam de guardar uma certa distância, que nunca assumem, mas que muito prezam. É desses que vou falar, nomeadamente da colega E.C. e do seu ar simpático e cordial e do seu riso fácil. Pois se a E.C. é tudo isto, por que razão há-de ser tanta qualidade um problema?? Simples, caros leitores, é que atrás de tanta amabilidade esconde-se esse sentimento medonho que é o da inveja nunca assumida. E a colega E.C. padece desse mal, tanto que, quando menos se esperava, eis que nos espetou a todos uma facada, movendo o punhal em círculos e provocando, não sangue ou estrebuchamentos , mas a enigmática questão:
- De quem é este cacifo?! – questão de todos, com o sentimento de traição a bailar-nos no olhar.
Ninguém sabia.
Nada de novo, afinal nunca ninguém sabe nada nesta escola, quando se trata de cacifos.
Arregacei as mangas e pus-me à coca, que é como quem diz, perguntei à primeira alminha que passou a quem pertencia tão vigiada casa. Disse-me, “Ah, isso é lobby dos de Inglês”. Ora o que não falta são professores de Inglês, pelo que, insisti, mas de quem?? A alminha, cujo nome não refiro, por não me recordar, pedindo, desde já, perdão, a alminha, dizia eu, abriu a porta e verificou tratar-se da colega E.C. Eu cá, levei logo a mão ao peito com a admiração que me tomou e fui passando palavra, que eu cá não gosto de me admirar sozinha. A cada um que contava, era uma manita que ia ao peito. Pasmo geral, portanto.
É claro que começaram logo a surgir questões, que esta gente pensa muito:
- Para que quer a E.C. uma casa vigiada??
O J.M. fez logo uma associação entre este mistério e um caso antigo de um arquitecto, que fez não sei o quê com não sei quem, no seu escritório num sítio cheio de árvores, daquelas que dão amoras. A E.C. disse logo que não, que estava muito enganado, enquanto a vozinha lhe tremia e um sorrisinho lhe pairava no rosto, que entretanto corara. Como podem ver, a resposta é pouco convincente e ficámos assim com dois mistérios.

Quanto à inveja da colega E.C., posso dizer-vos, é mal que se pega. Agora ando aqui que não me aguento por não ter uma casa tão sofisticada quanto a dela.

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