“Bom dia! Cara colega, li com particular
atenção esta crónica. Esperei encontrar, algures, um agradecimento à minha
pessoa pelo facto de não ter fugido com o seu carro, os seus óculos e aquele
objecto electrónico... resisti a todas as tentações - sobretudo
à de ter um carro substituo, visto que o meu está nas lonas... e NADA!!
Digo-lhe o que a D. C não disse, mas pensou: a Colega não tem mesmo nada que
fazer! E, como se isso não bastasse, é uma Ingrata! Cumprimentos”
Colega D. in Facebook
Bom, nesta linha dramática, que eu cá sou uma
pessoa dada ao drama, devo dizer à
colega D. que é mágoa pura o que me embacia o olhar (também a falta dos óculos.
Mas mais mágoa)! É com esta dor lancinante que peço à colega D. que me peça
desculpas. Desde logo, porque teve de resistir à tentação de me roubar o carro,
ora se resistiu, quer dizer que esse pensamento lhe ocorreu; depois, pela forma
precipitada como me ajuizou, uma vez que, a sr.ª funcionária do corredor não me
disse quem havia encontrado o avolumado acervo que me pertencia.
- Ah, não
acredito!, dirá, agastada, a D. - então
ela é que é a culpada!!
Confrontada com a ira da D. , a sr.ª funcionária
defender-se-á :
- Mas a
professora Antónia não perguntou quem é que tinha encontrado… vinha
desorientada, pegou nas coisas e agradeceu-me!
Posto isto, colega D., peço-lhe que me peça
desculpas e que as apresente também à sr.ª funcionária do corredor, que também
se deverá desculpar perante mim, pois eu até ia desorientada, só que há coisas
que não se devem dizer aqui no Facebook,
não vão as pessoas, acertadamente, pensar que eu ia desorientada.
Parece que a D. sabe, de fonte segura, que a D.ª C.
pensa mesmo que eu não tenho nada que fazer. E eu acredito, porque a D. não
iria fazer uma afirmação destas de forma leviana, nesse caso, há mais uma
pessoa que tem de me pedir desculpas. D.ª C., cá as aguardo!
Desapareceu o cão da N., o Raul. Parece que
estava no porta-bagagens. A camisola que perdera há um ano atrás também já
apareceu, diz que a colega D. a encontrou e que a tem andado a vestir. Garante
não saber a quem pertencia, mas verdade é que nunca a usou perto da N.
Retirem
as vossas ilações, que eu cá já tirei as minhas.
Continuo sem saber quem me ofereceu o napperon, fosse lá quem fosse, tem um
gosto mais apurado do que as vizinhas do apartamento de baixo, a N. e a D., que
agora também têm um, ou melhor, uma coisa redonda com brilhantes, comprada em
alguma antiga loja dos 300. Confrontadas com esta evidência defenderam-se,
dizendo que eu a D.G. somos uma dupla sertaneja, enquanto elas um duo de jazz.
Na aula, a B. perguntou
- O que é que é um frade?
O H., que tinha feito o TPC, mostrou que
sabia do que falava:
- É uma
espécie de freira.
Mantive
a seriedade e perguntei ao H. como é que ele tinha chegado àquela conclusão.
- Foi a
minha mãe que me disse!
Perante isto, apenas me ocorreu acrescentar:
- Sim, H., é uma espécie de freira, só que em
homem.
A aula prosseguiu, e estando eu no clímax da
interpretação textual, coloco uma questão, três braços no ar, o G. com o braço
no ar, toda a minha pedagogia em movimento, já que o G. é um moço pouco
participativo, entusiasmada, dou-lhe a palavra e o G. derruba-me com uma
pergunta:
- Posso
ir à casa de banho?
Acabou, assim, na retrete, toda a minha excitação
intelectual.
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